Traga a pessoa amada em 7 músicas

É uma grande honra e responsabilidade estrear a nova sessão do Frequencia Modulada: Traga a Pessoa Amada em 7 músicas. Música é algo muito pessoal e é esta visão pessoal e bem humorada que vamos passar neste e nos próximos textos.

Para ter a pessoa amada não basta oferecer 7 músicas. É preciso entender o relacionamento inteiro para não gerar arrependimentos futuros. Por isso vamos dividir uma estória (com E e não com H) em 7 fases e 7 sons, justamente:

1 – O Flerte

Sem segredo: troca de olhares, dança, som alto, amigos e, se tiver que acontecer, vai acontecer. Caso clássico contado em Dancing, de Omar Lye-Fook e Zed Bias.

Se o casal se gostar e continuar em contato, pode passar para a fase da paixão.

 

2 – A paixão

É a fase de mais contato físico entre o casal (leia-se sexo). Tudo é maravilhoso. Os dois deixam de ver seus amigos e familia para repetirem os momentos. É nesta fase que várias trilhas sonoras entram. Alguns casais gostam de trilhas mais intensas e outros perpetuam o Slow Down. Illa J que o diga.

Com o alto contato físico e feromônios falando alto a paixão evolui (torna-se perigosa) e o casal se trata com mútuo romantismo.

 

3 – Romantismo

São as mil maravilhas após a fase mais intensa da paixão. Nesta fase surgem os apelidos idiotas, sotaques infantis. A fase em que a mulher faz planos para a fase de consolidação da relação ou até mais adiante; e o homem fica bobo atendendo a todos os pedidos da mulher. E pensando nela em tudo que vê, sorrindo para o nada. Prova disso é a música Amorous, de Jesse Boykins III. A música é o tipo de declaração que toda mulher gostaria de ouvir. E o clipe é um grande devaneio amoroso de Jesse, passando sempre pela imagem da amada citada em sujeito oculto na letra.

 

4 – A consolidação

O discurso do casal está alinhado. A insegurança da mulher vai quase a zero e o homem não pensa mais na vida de festas antes da fase do flerte. Esta é a fase em que não é preciso dizer toda hora que ama o companheiro. Alias, companheirismo é a palavra chave desta fase.

Por isso gosto da letra de Simoninha em Flor do Futuro. Que não fala necessariamente desta fase de consolidação, mas passa a tranquilidade necessária que um casal com relacionamento consolidado já tem.

Esta tranquilidade aponta para a armadilha da mesmisse. Que torna o relacionamento monotono e gera uma crise.

 

5 – A crise

Quando o casal entra na fase na monotonia, o mundo lá fora passa a ser mais atrativo. Os dois param de se esforçar para agradar um ao outro. A mulher não vê mais graça nas imperfeições do homem. O homem pede mais espaço e/ou passa a observar – não necessariamente cobiçar – outras mulheres. O que gera ciúme, brigas e cabelos brancos. “O que acontece comigo, acontece com vários homens. Fica apaixonado depois precisa de um pouco de oxigênio”, disse Common em Break My Heart.

 

6 – O termino

A crise gera falta de comunicação, já que um incomoda ao outro. E o que poderia ser resolvido em uma conversa sincera de cabeça fria acaba resultando em termino. Phonte e Yazarah deram um bom exemplo de um relacionamento com sentimentos reais. Mas que não conseguiam passar um ao outro.

 

7 – A volta

Tem casal que termina para nunca mais voltar. Tem casal que vai e volta. Tem casal que retoma a relação para sempre. Não vamos considerar o casamento uma regra, mas quando a volta dá certo, dá certo!

Nada melhor que Come Close, do Common para exemplificar um caso de um relacionamento cheio de ciúmes, que depois de um termino teve sua volta com um belo pedido de casamento, além das circunstâncias que dão um tempero, que deixo para você entender no clipe:

Conseguiu se identificar com algumas das fases ou dos sons expostos? Só quem já passou sabe a dificuldade e alegria de conquistar e reconquistar alguém. Uma vitória diária. Mas como estou solteiro, minha única esposa se chama Frequência Modulada. E estou trabalhando com todo o elenco para fazer você se apaixonar pelo FM também.
Aquiles Borges.