Frequência Modulada 63 – Classe de 1997

Em 1997, eu ainda no ensino médio tendo os primeiros sabores das matinês da Chic Show e Kaskata’s, vi um rap americano se acostumando com tudo que o dinheiro poderia comprar e um rap brasileiro acostumando com holofotes voltados para si – bem à contragosto da mídia acostumada a falar apenas do rock e do popular.

É bem verdade que o primeiro case de sucesso nasceu ali. Devo dizer, o primeiro album onde os veículos que falavam de música não puderam passar batido como sempre fizeram. O tal “disco mais violento produzido no país”, como foi dito na época estava em todos os Cd players e toca fitas, e quebrou barreiras sociais e culturais ao gerar interesse nas pessoas interessadas em ouvir “Diário de um Detento”, por exemplo; até quem preferia Paralamas ou Skank.
Lá pelos States toda a cena, ainda pensativa com as perdas dos grandes 2Pac e BIG, respondia com lançamentos. Com os albums póstumos “R U Still Down?” e “Life After Death” nas prateleiras, outros ainda procuravam assumir o posto de porta voz do gênero; tivemos um fortalecimento da Bad Boy Records com Puffy comandando os negócios e os palcos, uma ainda tímida Roc-a-Fella mostrando a que veio lideradas por Jay-Z e Damon Dash, e a reunião de uma das bancas mais pesadas de todos os tempos com o album que depois virou jargão. Wu Tang is Forever, e permanecemos assim.

Confira nessa edição alguns dos sucessos e fatos desse miolo rico da Golden Era – deixa aquele copo com água do lado, que a emoção é forte!

Fabio Lafa
Equipe Frequência Modulada